A palavra do momento é: COMPREENSÃO!
Vivemos em uma acelerada e compulsiva rotina: trabalho, casa, contas, compras, academia, gato, cachorro, passarinho, carro, filhos. O mundo mudou, tudo mudou, nós mudamos; porém, com tantas mudanças - positivas ou não - faz-se necessários momentos de reflexão, de compreensão: que vida estamos "levando"? Que vida estamos proporcionando aos nossos filhos (diga-se de passagem, construtores do futuro do nosso Planeta)?
As relações sociais e afetivas desmoronam-se a cada dia, nossos filhos estão ROBOTIZADOS! E nós, pais, assistimos perplexos a grupos de crianças e jovens abarrotados em cantos com seus notes, tablets e celulares...a falta de respeito quando nossos pequenos não correspondem cumprimentos e demonstrações de afeto...a acirradas disputas pelo salto mais alto do sapato, a marca de tênis, ao sistema operacional do smartphone, a quantas mechas foram feitas nos cabelos...e o que fazemos? NADA! Nada, pelo simples fato de ser CÔMODO!
Ao meu ver, a palavra
infância poderia ser facilmente substituída por
"mini-adultismo"...infância - em gerações passadas - era sinônimo de
roupas sujas de lama, pernas riscadas, esfoladas e arranhadas, tinha
gosto de laranja colhida do pé, de guerra de bixiguinhas, massinha de
modelar, barulho de campainha do vizinho acompanhado de fuga
desesperada, pula corda, tira teima, esconde-esconde, cabo de força,
amarelinha, banho de chuva! Mas - felizmente ou infelizmente - EVOLUÍMOS
e o que nos falta é COMPREENDER as transformações e nos adaptarmos a
elas! Falo em comodismo quando reclamamos da falta de tempo, quando
demonstramos impaciência..."melhor que fique no tablet que incomodando
em minha volta"... já ouviram isso?
Culpamos nossas crianças por não serem como esperamos, mas esquecemos de proporcionar a elas o que elas necessitam! As disputas, as batalhas, as guerras, as dores, as competições, os erros e acertos, as derrotas...tudo isso - tenho certeza - que a trilha e o destino irão ensinar ao meu filho; mas o acalento, o conforto, o colo, os beijos e abraços, o cheirinho de comida caseira, os bons conselhos, o brilho nos olhos, o levar na porta da escola, o compartilhar saberes, o auxilio ao tema, o levantar de madrugada, o cuidado com a saúde, o "leva um casaco"...tudo isso - tenho certeza - meu filho só encontrará em mim. Bobagem? Piegas? Não...o afeto nos torna HUMANOS!
Final de Ano...não se orgulhe por ter um dinheiro extra no
bolso e lotar seus filhos de brinquedos, jogos eletrônicos e
empurrá-los ao consumismo exacerbado; orgulhe-se, sim, de todos os
machucados que eles colecionam nos joelhos, de todas as roupas sujas de
tinta, de todos os gestos de educação. Acomode-se com um belo, demorado e
gostoso abraço, celebrando um Fim de Ciclo...um abraço lambuzado de
sorvete, com cheiro de algodão-doce, repleto de sonhos que só a INFÂNCIA
é capaz de embalar!
Vamos tornar um mundo mais HUMANO?
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